Nelson Mandela
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Nelson Rolihlahla Mandela (
Mvezo,
18 de julho de
1918) é um
advogado, ex-líder
rebelde e ex-
presidente da
África do Sul de
1994 a
1999. Principal representante do movimento
anti-apartheid, como ativista, sabotador e guerrilheiro. Considerado pela maioria das pessoas um guerreiro em luta pela liberdade, era considerado pelo governo sul-africano um
terrorista. Passou a
infância na região de Thembu, antes de seguir carreira em
Direito. Em
1990 foi-lhe atribuído o
Prêmio Lênin da Paz, que foi recebido em
2002.
[editar] Atividade Política
Como jovem estudante de direito, Mandela envolveu-se na oposição ao regime do
Apartheid, que negava aos negros (maioria da população) direitos políticos, sociais e econômicos. Uniu-se ao
Congresso Nacional Africano (conhecido no Brasil pela sigla portuguesa, CNA, e em Portugal pela sigla inglesa, ANC) em
1942, e dois anos depois fundou com
Walter Sisulu e Oliver Tambo (entre outros) uma organização mais dinâmica, a Liga Jovem do CNA/ANC.
Depois da eleição de
1948 dar a vitória aos
africânderes Partido Nacional apoiantes da política de segregação racial, Mandela tornou-se activo no CNA, tomando parte do Congresso do Povo (
1955) que divulgou a
Carta da Liberdade - documento contendo um programa fundamental para a causa antiapartheid.
Comprometido de início apenas com actos não violentos, Mandela e seus colegas aceitaram recorrer às armas após o
massacre de Sharpeville (
21 de Março de
1960), quando a polícia sul-africana atirou em manifestantes negros, desarmados, matando 69 pessoas e ferindo 180 - e a subsequente ilegalidade do CNA e outros grupos antiapartheid.
Em 1993, com de Klerk, recebeu o
Nobel da Paz, pelos esforços desenvolvidos no sentido de acabar com a segregação racial. Em Maio de 1994, tornou-se ele próprio o presidente da África do Sul, naquelas que foram as
primeiras eleições multirraciais do país. Cercou-se, para governar, de personalidades do ANC, mas também de representantes de linhas políticas.
Em
1961 tornou-se comandante do braço armado do CNA, o chamado
Umkhonto we Sizwe ("Lança da Nação", ou MK), fundado por ele e outros. Mandela coordenou uma campanha de
sabotagem contra alvos
militares e do governo, fazendo também planos para uma possível
guerrilha se a sabotagem falhasse em acabar com o apartheid; também viajou em coleta de fundos para o MK, e criou condições para um treinamento e atuação
paramilitar do grupo.
Em agosto de
1962 Nelson Mandela foi preso após informes da
CIA à polícia sul-africana, sendo sentenciado a 5 anos de prisão por viajar ilegalmente ao exterior e incentivar greves. Em
12 de junho de
1964 foi sentenciado novamente, dessa vez a prisão perpétua (apesar de ter escapado de uma pena de
enforcamento), por planejar ações armadas, em particular sabotagem (o que Mandela admite) e
conspiração para ajudar outros países a invadir a
África do Sul (o que Mandela nega). No decorrer dos vinte e seis anos seguintes, Mandela se tornou de tal modo associado à oposição ao apartheid que o clamor "Libertem Nelson Mandela" se tornou bandeira de todas as campanhas e grupos antiapartheid ao redor do mundo.
Enquanto estava na prisão, Mandela enviou uma declaração para o
CNA (e que viria a público em
10 de Junho de
1980) em que dizia: "Unam-se! Mobilizem-se! Lutem! Entre a bigorna que é a ação da massa unida e o martelo que é a luta armada devemos esmagar o apartheid!"
[1]
Recusando trocar uma liberdade condicional pela recusa em incentivar a luta armada (Fevereiro de
1985), Mandela continuou na prisão até Fevereiro de
1990, quando a campanha do CNA e a pressão internacional conseguiram que ele fosse libertado em
11 de fevereiro, por ordem do presidente
Frederik Willem de Klerk. O CNA também foi tirado da ilegalidade.
Nelson Mandela recebeu em
1989 o
Prêmio Internacional Al-Gaddafi de Direitos Humanos. Ele e
Frederik de Klerk dividiram o
Nobel da Paz em
1993.
[editar] Presidência do CNA e presidência da África do Sul
Estátua de Nelson Mandela em
Londres.
Mandela foi libertado pelo presidente Frederik de Klerk em 1990. Tornou-se então líder do Congresso Nacional Africano (ANC), do qual já de à muito se tornara referência. A sua experiência de luta contra o apartheid, a sua postura de moderado no período de transição para uma ordem democrática sem segregação, o claro objectivo de operar a reconciliação nacional que norteou as suas relações com o Presidente de Klerk, valeram-lhe um inesgotável prestígio no país e no estrangeiro. Mandela é provavelmente o político com maior autoridade moral no continente Africano, o que lhe tem permitido desempenhar o papel de apaziguador de tensões e conflitos.
Como presidente do CNA (de julho de
1991 a dezembro de
1997) e primeiro presidente negro da África do Sul (de maio de
1994 a junho de
1999), Mandela comandou a transição do regime de minoria no comando, o apartheid, ganhando respeito internacional por sua luta em prol da reconciliação interna e externa. Alguns radicais ficaram desapontados com os rumos de seu governo, entretanto; particularmente na ineficácia do governo em conter a crise de disseminação da
SIDA/
AIDS.
Mandela também foi criticado por sua amizade próxima para com líderes como
Fidel Castro (
Cuba) e
Muammar al-Gaddafi (
Líbia), a quem chamou de "irmãos das armas". Sua decisão em invadir o
Lesoto, para evitar um golpe de estado naquele país, também é motivo de controvérsia.
Casou-se três vezes. A primeira esposa de Mandela foi Evelyn Ntoko Mase, da qual se divorciou em
1957 após 13 anos de casamento. Depois casou-se com Winnie Madikizela, e com ela ficou 38 anos, divorciando-se em
1996, com divergências políticas entre o casal vindo a público. No seu 80º aniversário, Mandela casou-se com
Graça Machel, viúva de
Samora Machel, antigo presidente
moçambicano e aliado do CNA.
[editar] Afastamento da política
Após o fim do mandato de presidente, em
1999, Mandela voltou-se para a causa de diversas organizações sociais e de direitos humanos. Ele recebeu muitas distinções no exterior, incluindo a
Ordem de St. John, da rainha
Isabel II, e a
Medalha presidencial da Liberdade de George W. Bush.
Ele é uma das duas únicas pessoas de origem não-indiana a receber o
Bharat Ratna - distinção mais alta da
Índia - em 1990. (A outra pessoa não-indiana é a
Madre Teresa de Calcutá.)
Em
2001 tornou-se cidadão honorário do
Canadá e também um dos poucos líderes estrangeiros a receber a
Ordem do Canadá.
Em
2003, Mandela fez alguns pronunciamentos controversos, atacando a política externa do presidente estadunidense Bush. No mesmo ano, ele anunciou seu apoio à campanha de arrecadação de fundos contra a
AIDS (ou SIDA em
português) chamada 46664 - número que lembra a sua matrícula prisional.
Em Junho de
2004, aos 85 anos, Mandela anunciou que se retiraria da vida pública. Sua saúde tem sofrido abalos nos últimos anos e ele deseja aproveitar o tempo que lhe resta com a família. Fez uma exceção, no entanto, por seu compromisso em lutar contra a SIDA/AIDS. Naquele mesmo mês ele viajou para a
Indonésia, a fim de discursar na XV Conferência Internacional sobre a SIDA/AIDS.
Em Novembro de
2006, foi premiado pela
Anistia Internacional com o prêmio Embaixador de Consciência 2006 em reconhecimento à liderança na luta pela proteção e promoção dos direitos humanos.
Em junho de
2008 foi realizado um grande show em
Londres em homenagem aos seus 90 anos, onde participaram vários cantores mundialmente conhecidos.
Em abril de
2009, Mandela apareceu no comício do Congresso Nacional Africano, do candidato a presidente
Jacob Zuma, mostrando seu apoio.